É com enorme alegria que passamos esta mensagem: o único mercado local com produtos biológicos existente no Funchal passa, já a partir de 11 de janeiro, a ter uma localização definitiva e privilegiada, na Av. Arriaga, uma das principais artérias da cidade. O Mercadinho BIO é 100% regional e está em operação há já 12 anos. No entanto, nunca teve uma localização definitiva, porque está sempre à mercê do que são considerados eventos “mais importantes” para a cidade. Esta é assim, a conquista de uma aspiração antiga, quer por parte dos consumidores como também dos produtores que madrugam e viajam longas distâncias para apresentarem frescos os seus produtos, e muitas vezes são surpreendidos com a transferência súbita do mercado para outras localizações. Por decisão conjunta dos produtores do Mercado de Agricultura Biológica, da Câmara Municipal do Funchal, que sempre demonstrou preocupação e interesse em valorizar este Mercado e agora cede um espaço nobre e central da cidade, em plena Placa Central na Avenida Arriaga (junto à Loja do Cidadão), e da Secretaria Regional de Agricultura e Pescas, através da Direção Regional de Agricultura, é finalmente dado o reconhecimento à importância que este mercado tem enquanto alternativa saudável aos produtos genericamente comercializados nas grandes superfícies. Ganham os consumidores em saúde e qualidade de vida, ganham os produtores regionais em visibilidade e reconhecimento, e ganha a cidade enquanto autarquia cosmopolita e atualizada, que segue uma das maiores tendências das sociedades informadas e conscientes, que é a procura por uma alimentação saudável e sustentável, que não agride o Planeta e que só é possível através do consumo de produtos biológicos. Ganha ainda o Turismo na Região uma vez que, ao contrário do consumidor regional, que só recentemente está a familiarizar-se com os termos “biológico” e “orgânico”, o turista está muito informado e sensibilizado para esta temática e procura saber onde pode adquirir produtos biológicos. É inegável a relação entre a alimentação e as consequências para a saúde. Praticamente numa base diária, deparamo-nos com notícias que relacionam doenças graves à forma como são produzidos os nossos alimentos! São os organismos geneticamente modificados, os químicos de síntese, o glifosato, a administração de hormonas e de antibióticos na atividade agropecuária... Perante uma indústria agroalimentar tão agressiva, que não olha a meios para atingir os fins, podemos restituir a nossa fé e confiar que o que estamos a comprar é genuíno, saudável e isento de químicos de síntese? Podemos!! Os produtos biológicos são certificados! Atualmente, o Mercado BIO do Funchal conta com seis operadores devidamente certificados para a produção e, no caso de venderem produtos de outros agricultores, têm também certificação de preparação e comercialização de produtos biológicos, assegurando a rastreabilidade desde a produção até ao consumidor final! Se ainda assim, não acredita no que estamos a falar... visite sem preconceitos, o Mercado Biológico do Funchal e sinta pela primeira vez, em muitos anos, o cheiro da fruta, dos legumes, das ervas aromáticas, das hortaliças, todos cultivados por meio de processos livres de químicos de síntese ou outros produtos tóxicos. Temos a certeza que vai querer voltar e a boa notícia é que a partir de 11 de janeiro de 2017, o mercado vai estar mais acessível e perto de si! OrganicA - Associação de Promoção de Agricultura Biológica da Madeira
4 Comentários
No dia em que se comemora o Food Revolution Day, um pouco por todo o Mundo, entrevistámos Carla Veloso, a Diretora do "Infantário Primaveras", uma das escolas que na Madeira aderiu ao desafio "REVOLUÇÃO ALIMENTAR NAS ESCOLAS", com um menu especial para este dia: Hambúrguer de grão-de-bico e legumes! OrganicA: Porque é que o Infantário Primaveras optou por ter cozinha própria para a alimentação dos seus alunos? C.V.: Na nossa opinião uma cozinha própria permite adaptar a alimentação às reais necessidades das crianças. Acaba sendo uma mais-valia para todos, uma vez que cada vez mais há pais preocupados com a frescura e diversidade dos menus dos seus filhos. Uma cozinha como a nossa permite incluir produtos da época, seguindo sempre as diretrizes da nossa nutricionista. OrganicA: Quais as vossas principais preocupações na definição de um menu semanal para as crianças? C.V.: Que seja saudável, variado, simples e apelativo. Que preencha as suas necessidades nutricionais, e que vá ao encontro da vontade dos pais de terem um menu pensado para os seus filhos. OrganicA: Costumam incluir ingredientes biológicos nos menus semanais? Porquê? C.V.: Sim, tentamos cada vez mais incluir produtos bio na nossa ementa, frescos ou transformados (ex: bolachas). Temos a sorte de poder contar com o apoio próximo da FreshBio ao fornecer alguns dos seus produtos. Sabemos que partilhamos a mesma intenção de proporcionar uma melhor alimentação. OrganicA: Que impacto tem os produtos da época na definição dos vossos menus? C.V.: Muito impacto, na medida e que estes produtos acabam sendo mais frescos (vantagens para as crianças) e mais económicos para nós. Os produtos da época, nomeadamente a fruta, permite uma maior variedade dos nossos menus, pois adaptamos a oferta de produtos disponíveis com as necessidade das crianças. OrganicA: Que impacto acha que estas orientações têm no futuro das crianças? C.V.: Sentimos as nossas crianças mais receptivas aos novos hábitos alimentares e às atividades que orientamos neste sentido para elas (e por elas). Pois, é através destas que mudamos também a mentalidade dos pais. Por fim, gostaria de salientar o nosso novo desafio: uma horta e um curral onde todas as crianças participam ativamente. Através de pequenos trabalhos de projeto de sala, onde toda a equipa pedagógica (tendo em conta a faixa etária e respetivas vertentes do desenvolvimento) trabalha para dinamizar, e ao mesmo tempo sensibilizar, para uma consciência cada vez mais ecológica nas nossas crianças. Passo a dar o exemplo do “dia da galocha” dia estipulado para que todas possam explorar livremente a terra e participar no cuidado com a natureza. OrganicA - Associação de Promoção de Agricultura Biológica da Madeira
Artigo da autoria da jornalista Marília Dantas, publicado no JM-Madeira, a 16 de maio de 2016. No âmbito da Semana Pergunte pelo BIO, entrevistámos um dos Sócios-fundadores da OrganicA, que muito tem contribuído para a divulgação dos produtos biológicos regionais: Yves Gautier, Chef Executivo do Greenvalley no Hotel Quinta da Serra, o primeiro restaurante, em Portugal, a ter certificação de Restauração Biológica – nível Bronze (30% a 60% orgânico). OrganicA: Como nasceu o seu interesse pelos produtos bio? Y.G.: Primeiro nasceu o meu interesse por bons produtos, por cozinhar bem, evoluiu para escolher os ingredientes mais saborosos, e lá cheguei inevitavelmente aos alimentos bio. OrganicA: Porque é que o Hotel Quinta da Serra decidiu seguir uma política sustentável e ter um restaurante biológico? Y.G.: A administração e a direção do Hotel decidiram trabalhar o produto hotel em vertente sustentável, e os dois responsáveis por este projeto são consumidores de produtos biológicos. E naturalmente que chegou a vertente biológico por este hotel, (é por isso que fui contratado, e por abraçar o projeto e desenvolver uma cozinha com vertente bio). O restaurante concorreu para a certificação de uma restauração biológica, e foi agraciado há 1 ano com a certificação bronze em restauração orgânica. OrganicA: De que forma essa opção afecta o seu trabalho como Chefe de cozinha? Y.G.: Não tem qualquer problema trabalhar os produtos bio, especialmente quando vem da Quinta, diariamente, para a minha cozinha. Mas o fornecimento de algum outros produtos às vezes não são os mais apropriados para uma unidade hoteleira, e no dia-a-dia, eu preciso de planificar muito bem os produtos do dia que consigo internamente e as encomendas de fora do hotel para poder confecionar as ementas. OrganicA: Que iniciativas desenvolvem ao longo do ano no Hotel, na área do Bio? Organizamos, em todos os últimos sábados de cada mês, um almoço bio. Temos alguns grupos que pedem uma cozinha biológica. E servimos diariamente um pequeno-almoço com muito produtos bio. OrganicA - Associação de Promoção de Agricultura Biológica da Madeira
A Mariana é bióloga e o Carlos é um empresário agrícola que está atualmente a frequentar o curso de agricultura biológica da Universidade da Madeira. Desde 2002, há já 14 anos, decidiram seguir o sonho de trabalhar em harmonia com a Natureza seguindo os princípios da agricultura biológica. Atualmente, estão à frente da Quinta do Pomar, uma das primeiras explorações agrícolas biológicas da Madeira, e são os proprietários da Freshbio, um espaço que comercializa produtos biológicos frescos e transformados. OrganicA: O que produz e vende a Freshbio? M. e C.: Na Quinta produzimos Frango, Ovos, Hortaliças, Frutas, Ervas Aromáticas e medicinais, tudo certificado Bio. Para que a nossa oferta seja bem mais recheada juntamos a algum tempo produtos transformados de Mercearia. OrganicA: Porque optaram pelo bio? M. e C.: Porque, em primeiro lugar, salvaguarda o bem-estar animal, proporcionando aos animais todas as condições para que possam exprimir o comportamento natural da sua espécie, também porque proíbe o recurso a pesticidas de síntese e tem em consideração a preocupação ambiental, tentando minimizar todas as formas de poluição que resultariam da normal actividade agrícola. E claro que o resultado final é um produto de qualidade, com grande valor nutricional e com impacto no Ambiente reduzido. Além do mais, os animais na exploração são uma mais-valia, contribuindo e fazendo parte do Ecossistema Agrícola. Os restos vegetais são aproveitados para os animais e o seu estrume é utilizado para fazer o composto que irá nutrir as plantas e enriquecer o solo, é um ciclo em que todas as partes por mais pequenas que sejam são todas importantes para que haja sustentabilidade. OrganicA: Quais as principais diferenças no tratamento e alimentação de um animal criado num ambiente biológico? M. e C.: Os animais criados segundo o modo de produção Biológico passam a maior parte do tempo ao ar livre em pastagens, alimentando-se de ervas e animais de pequena dimensão que vão encontrando no solo. A alimentação dos frangos e das galinhas poedeiras é 100% Biológica, essencialmente à base de cereais, frutas e de ervas do pasto e de outras que são colhidas diariamente. Na alimentação dos animais é proibido a utilização de Organismos Geneticamente Modificados. A Gestão de Pragas e Doenças é feito em modo preventivo, recorrendo-se à administração na água dos animais de alho, vinagre e Limão. Estes têm acção desparasitante e antiséptica. OrganicA: Como podemos adquirir os vossos produtos? M. e C.: Poderão nos visitar na nossa loja, no Mercado Abastecedor de São Martinho Loja 15, de 2 ª à 6ª, das 10h00 às 19h00. Lá temos toda a semana produtos Bio bem fresquinhos e transformados, para que não faltem Alimentos Bio à mesa. Se não conseguem vir até nós, a Freshbio faz entregas ao domicílio sem custos adicionais. As encomendas são feitas no nosso site em www.freshbio.pt. OrganicA - Associação de Promoção de Agricultura Biológica da Madeira
No âmbito da "Semana Pergunte pelo Bio", entrevistámos a Tatiana e o Francisco, os simpáticos proprietários da Solobio, uma mercearia 100% BIO localizada no Funchal e que comercializa produtos frescos e transformados. OrganicA: Que produtos vende a Solobio? T. e F.: Na nossa Mercearia o cliente pode encontrar uma gama de produtos biológicos variada. Temos desde frutas e legumes a produtos de mercearia tais como azeite, vinagre, óleo, massas, arroz, farinhas, leguminosas, sementes, cereais, cereais de pequeno-almoço, bolachas, biscoitos, crackers, frutos secos, barras, chocolates, sumos, snacks, iogurtes, leite,bebidas vegetais, queijo, chás, café, alguns produtos de higiene pessoal e produtos de limpeza para o lar. Temos de destacar o aumento de produtos sem glúten, sem lactose e também sem outros alergénios uma vez que cada vez mais são detectadas intolerâncias alimentares em todas as idades. OrganicA: Porque optaram pelo bio? T. e F.: Porque é melhor para a nossa saúde, porque é amiga do ambiente e os produtos são muito mais saborosos. Numa primeira fase o que mais nos "prendeu" ao bio foi mesmo o sabor... Depois de começar a consumir produtos bio não há como voltar atrás. É também de salientar que é um modo de produção que respeita a saúde do homem (enquanto produtor e como consumidor) e dos animais. Na nossa opinião só a consumir produtos bio, produzidos de forma sustentável tanto ao nível ambiental como energético e financeiro podemos garantir o futuro das próximas gerações. A indústria agro-alimentar é uma das que mais recursos naturais consome e está em todos nós reverter esta tendência mundial. OrganicA: O que devemos evitar/ter em atenção nos produtos de mercearia convencionais? Que alternativas encontramos no Bio? T. e F.: Infelizmente os produtos processados convencionais são pouco ricos nas "coisas" de que realmente necessitamos no nosso organismo e a tendência é introduzirem químicos sintéticos que substituem o que os alimentos realmente deveriam ter e que podem ser extraídos de forma natural a partir do que a Natureza nos fornece mas é mais barato substituir o composto natural por um composto produzido em laboratório. Desta forma acabam por encher os produtos de compostos que não nos trazem nenhum benefício, pelo contrario, só nos prejudicam. Ou então vendem um produto mas quando vamos ler o rótulo o produto tem apenas uma pequena parte do que nos estão a vender e adicionam outros ingredientes só para "encher", sem grande valor nutritivo. Outro aspecto que devemos ter em atenção são os Organismos Geneticamente Modificados que são mais recorrentes no caso da Soja e do Milho, com implicações para a saúde já comprovadas por alguns especialistas. Nos horto-frutícolas devemos ter em atenção ao uso pesticidas e fertilizantes, especialmente os sintéticos (usados muitas vezes de forma descontrolada, embora tentem "tapar o sol com uma peneira" com cursos de aplicação de fitofármacos que deveriam educar os produtores a aplicar os mesmos de forma responsável) e que o consumidor não tem forma de verificar, de antibióticos nos animais que depois são ingeridos pelos humanos ao consumir a carne e os seus derivados. Do outro lado da moeda temos os produtos biológicos que possuem apenas aquilo que devem conter e nada que não seja natural. Sem resíduos de pesticidas nem herbicidas, sem OGM, sem quantidades absurdas de açúcar ( considerado um "veneno" nos nossos tempos) e super deliciosos. Quer mais razões para ser BIO com a SoloBio? OrganicA - Associação de Promoção de Agricultura Biológica da Madeira
É fundamental compreendermos o que são alimentos biológicos, até porque cada vez mais existem referências dos potenciais efeitos prejudiciais que os pesticidas, herbicidas e adubos de síntese podem ter no nosso metabolismo. E claro, existem várias medidas para proteger o nosso planeta, que passam pela alimentação; daí existir esta nova valência na minha área que é a: nutrição sustentável. OrganicA: Como nutricionista, o que a levou a adoptar e recomendar os produtos bio? N.B.: Confesso que não era um tema abordado na faculdade, falávamos em transgénicos, mas pouco em produtos biológicos. E durante os primeiros anos de trabalho, nem falava do assunto nas minhas consultas, por desconhecimento. O que me levou a questionar mesmo a origem dos alimentos foi a primeira gravidez há cerca de 6 anos. A partir daí explorei bastante acerca do tema, mas por auto-necessidade, por querer comer o melhor para o meu bebé e consequentemente que ele também tivesse acesso a alimentos o mais biológicos possível, após o nascimento. E claro que a partir daí, passei a aplicar todo o assunto às minhas consultas. Não tenho paciente, principalmente: gravidas, crianças ou patologias de risco que não fale em produtos biológicos. OrganicA: E como mãe? Que recomendações faz às mães que pretendem dar uma alimentação saudável aos seus filhos? As crianças de hoje em dia, os nossos filhos, estão muito menos protegidos que as gerações anteriores no que toca a químicos. Antigamente, consumíamos apenas produtos regionais, não havia tanta disseminação de pesticidas e herbicidas, e havia pouca oferta de produtos importados! Hoje em dia, muitas vezes nem fazemos ideia de onde vêm os alimentos, e de como foram tratados até chegarem à nossa mesa! Se pensarmos que já na primeira sopa ou papa dos nossos filhos, nem sabemos como foram tratados os cereais ou a batata o problema torna-se real. A recomendação principal foca-se nisto: em conhecerem melhor os alimentos que lhes dão; em fazerem mudanças graduais na alimentação deles; em valorizarem a comida como factor importante para o desenvolvimento do corpo, para o rendimento escolar e para a saúde em geral; em envolverem as crianças nas escolhas dos melhores alimentos, porque eles estão em idade de compreender o que lhes é explicado, e no fundo, este planeta já é mais deles que nosso! OrganicA - Associação de Promoção de Agricultura Biológica da Madeira No âmbito da "Semana Pergunte pelo Bio", entrevistámos Rui Vieira da Bio-Logos, uma das lojas de alimentação natural, mais antigas do Funchal. OrganicA: Que produtos vende a Bio-Logos ? RV: Na área da Higiene/Cosmética a Bio-Logos vende um pouco de tudo o que é basicamente necessário. Começando pela higiene caseira/detergentes, para a roupa, loiça, tanto para lavagem à mão como para máquina. Desinfectantes para casa de banho e cozinha. Branqueadores e tira-nódoas. Sabão para as mãos, descalcificantes, detergentes e tratamento para lãs e outros tecidos frágeis, etc.. Para a higiene corporal temos também uma larga oferta de champôs, amaciadores, gel de banho, sabonetes, cremes, loções, óleos, esfoliantes, pasta de dentes, tudo isto para adultos assim como para crianças e mesmo bebés. OrganicA: O que vos levou a vender cosméticos/produtos de corpo e cabelo BIO? RV: É evidente que a maioria das pessoas que se preocupam com a saúde delas mesmas, mais tarde ou mais cedo dar-se-ão de conta de que não é possível tratarmos da saúde se não tratarmos/cuidarmos também de todo o ambiente. Assim, a alimentação de qualidade BIO e essencialmente vegetariana é essencial assim como todos os outros produtos que usamos na nossa vida, como na pele, boca, cabelo, os que respiramos, os produtos de higiene caseira... afectam-nos diretamente, mas também indiretamente eles ou os seus resíduos, tóxicos ou não, acabarão por chegar a nós. Não é possível sermos saudáveis se pensarmos só em nós mesmos, no imediato, no perto de nós... OrganicA: Que ingredientes devemos evitar/ter em atenção quando adquirimos produtos de corpo/cabelo para as crianças? RV: As nossas crianças são claro muito sensíveis e permeáveis a tudo e todo a ambiente. Os melhores sabões, sabonetes, champôs, óleos, loções, pasta para os dentes para crianças e bebés serão sempre os mais simples e até mesmo caseiros se possível. A água simples é também uma excelente opção. Evitar todos os ingredientes sintéticos é essencial, como perfumes, corantes, conservantes, filtros solares, estabilizantes, parabenos, silicone, parafina, óleos minerais, transgénicos (OGM), sais de alumínio ... etc.. A OrganicA – Associação de Promoção de Agricultura Biológica da Madeira, associa-se à campanha Grow Green “Semana Pergunte pelo BIO”, uma iniciativa nacional organizada pela AGROBIO - Associação Portuguesa de Agricultura Biológica, a acontecer entre os dias 11 e 16 de Abril, numa coprodução com a SGS e a Quercus. A iniciativa “Semana Pergunte pelo Bio” pretende divulgar o consumo sustentável não só na área das hortofrutícolas e produtos de origem animal como também nos outros consumíveis de matérias-primas biológicas como a roupa e a cosmética. A ideia é que tanto consumidores como comerciantes pensem mais nos produtos biológicos, sendo a agricultura biológica, única inteiramente sustentável, aquela que pode alinhar-se com os objetivos do COP 21 nas medidas de redução do aquecimento global. Para a AGROBIO, e para todos os parceiros envolvidos, o consumo saudável e sustentável deve deixar de ser uma alternativa para se generalizar e pretende-se que a semana temática se repita anualmente. A mecânica da iniciativa tem como base a parceria com 17 municípios, cerca de 40 parceiros entre os quais pontos de venda, certificadoras e associações, que se envolvem de forma ativa na divulgação do BIO. Nos diferentes pontos do país haverá diferentes iniciativas promovidas pelos diferentes intervenientes. Entre as atividades previstas estão workshops de cosmética, alimentação saudável e de agricultura biológica; projeção de filmes e palestras variadas; degustações, visitas a quintas entre muitas outras. Complementarmente, foi criada uma página no Facebook na qual, durante a “Semana Grow Green – Pergunte pelo Bio” todos os parceiros irão publicar fotografias das iniciativas que estão a acontecer pelo país. Na Madeira, estão já calendarizadas alguma ações, nomeadamente: no dia 15 de abril, no Barreirinha Bar Café, a projeção do documentário BIENTOT DANS ASSIETTES (“Em Breve na Vossa Comida”) de Paul Moreira, acompanhado por petiscos e vinhos BIO; no dia 16 de abril um Workshop de snacks bio para fazer em 5 minutos e um lanche (chá ao pôr-do-sol) e visita à Eco Prazeres, uma exploração Bio no concelho da Calheta e ainda algumas ações de sensibilização em escolas, durante a semana da iniciativa. A AGROBIO, juntamente com patrocinadores e parceiros, iniciam assim uma campanha de comunicação, na área do consumo biológico, nunca antes vista. Este é o ano piloto, espera-se que a iniciativa cresça de ano para ano. OrganicA - Associação de Promoção de Agricultura Biológica da Madeira
Já pouca gente duvida que o modo de produção biológico é a solução para muitos dos problemas que a Humanidade enfrenta atualmente. Nesse sentido surgem cada vez mais estudos que confirmam e apontam a necessidade de criar planos de produção que garantam a sustentabilidade do sistema. Muitos países da Europa e do Mundo adoptam políticas claras, com medidas de atuação e integração das diversas áreas que mostram o compromisso dos decisores para com a população que exige responsabilidade e seriedade no tratamento de temas tão importantes como a segurança alimentar e a proteção do ambiente e da saúde pública. Durante muito tempo, a Madeira conseguiu seguir a tendência, colocando-se até, numa posição privilegiada relativamente ao resto do país, podendo congratular-se por ter sido, muitas vezes, notícia e uma referência no sector da Agricultura Biológica com o desenvolvimento de um modelo, tido tantas vezes como exemplar, em Portugal e no estrangeiro. A manutenção de uma estrutura orgânica dedicada exclusivamente ao modo de produção biológico, conseguiu assegurar de forma eficaz, a assistência técnica aos agricultores, a sensibilização a consumidores, o apoio especializado a todos os intervenientes no sector, a promoção da sustentabilidade e ainda a formação contínua de uma equipa empenhada e motivada que conseguiu evoluir no conhecimento aplicando e demonstrando técnicas que permitem produzir na Madeira alimentos verdadeiramente saudáveis e sustentáveis. A estratégia adoptada permitiu criar condições de implementação e ultrapassar obstáculos ou resistências externas e internas, próprias das actividades pioneiras, ainda antes dos produtores os enfrentarem. Foi possível importar conhecimentos, disponibilizar factores de produção específicos, desenvolver toda a fileira e abrir novos canais de comercialização. Pelo caminho, e durante esse tempo, foi possível ver que a agricultura biológica permite produzir com qualidade e em quantidade, ao mesmo tempo que assegura a proteção do ambiente e a saúde de produtores e consumidores, promove o desenvolvimento económico com a criação de emprego, permite aumentar a soberania alimentar e até projectar a Região lá fora. Mas contra a corrente, assumida pelo resto do mundo, a Madeira parece deixar cair a aposta na Agricultura Biológica quando tanto havia ainda por fazer… Nas mais recentes orientações para a agricultura madeirense publicadas quase um ano depois da tomada de posse do novo governo regional, o modo de produção biológico resume-se a uma única alínea (Incentivar a adoção do modo de produção biológico e de outras práticas agrícolas sustentáveis). Quando todas as orientações comunitárias e internacionais destacam e privilegiam o modo de produção biológico, na Região retiramos a autonomia e a especificidade que a equipa da agricultura biológica, corretamente, tinha, e mistura-se tudo sem qualquer estratégia aparente. Não é difícil antever a confusão que se instalará e que irá baralhar agricultores e consumidores fazendo crer, como muitas vezes se tenta , que tudo o que é regional é bom e é bio!! É certo que a agricultura biológica na Madeira pode esmorecer, mas não vai morrer. E não vai morrer porque o consumidor está atento, e está cada vez mais esclarecido. Porque os agricultores estão atentos, e são cada vez mais informados. E porque nesta fase de desenvolvimento, este sector já não precisa de orientações políticas para progredir. Basta olhar os exemplos de sucesso que se multiplicam, na Região e pelo mundo fora. E lá fora, o mundo é cada vez mais bio. OrganicA - Associação de Promoção de Agricultura Biológica da Madeira
|
AutorA OrganicA surge da vontade de partilhar a nossa experiência enquanto consumidores comuns: as preocupações que sentimos, as coisas que aprendemos, as descobertas que fazemos e as atitudes que tomamos em prol de uma alimentação mais saudável e de um mundo mais sustentável. Archives
Junho 2017
Categorias
Todos
|