O Mundo dos nossos dias é cada vez mais exigente e quando compramos diariamente produtos/alimentos para consumo próprio muitas vezes nem nos damos ao trabalho de olhar, com olhos de ver, aquilo que estamos a introduzir nas nossas casas. Cada vez mais, a oferta é maior e temos de ser responsáveis na escolha do que consumimos sob pena de afectarmos a nossa saúde. Para isso, temos de saber mais acerca dos seus constituintes e da forma como são produzidos. Enquanto profissional de saúde tenho de reconhecer que, até há cerca de 3 anos, não estava muito desperta para a importância da exposição aos químicos de síntese, até ter sido confrontada com as conclusões de um estudo espanhol que me deixou a pensar. Neste estudo, foi pesquisada a presença de pesticidas no sangue do cordão umbilical de 308 grávidas saudáveis, tendo sido detectados em 100% das grávidas pelo menos um tipo de pesticida (a média era de 8)!
Mais do que os estudos, o constatar na minha prática clínica que estão a aparecer cada vez mais tumores e doenças autoimunes (doenças em que o corpo ataca-se a si próprio porque as nossas defesas identificam erradamente os tecidos como sendo “estranhos”) em adultos jovens, levou-me a ter mais interesse neste tema. Por mais que as pessoas possam ter predisposição genética para estas doenças, muitas vezes é necessário um fator desencadeante e este está frequentemente relacionado com o ambiente a que determinada pessoa está exposta. Neste contexto, acredito piamente que os químicos utilizados nos alimentos, na água, em alguns cremes hidratantes, desodorizantes, champôs, amaciadores, gel duche, sabonetes, pasta de dentes, verniz para as unhas, tintas para o cabelo, medicamentos e, surpreenda-se, até toalhitas para bebé, têm alguma coisa a ver com o assunto. Muitos fabricantes defendem-se afirmando que usam quantidades mínimas, não tóxicas nos seus produtos mas, se pensarmos que em média, cada um de nós usa diariamente entre 10 a 15 produtos, não custa acreditar que anos de exposição possam alterar o suficiente as nossas células para causar dano. Após alguma investigação e reflexão decidi então declarar guerra a estes compostos (ftalatos, laurilsulfato de sódio, parabenos, tricloroetileno, petroquímicos, etc…). Comecei a minha luta dentro da minha própria casa para depois conseguir transmitir e dar o exemplo aos meus pacientes. Primeiro, comecei por passar a consumir alimentos biológicos e remover os parabenos (químicos utilizados como conservantes, fungicidas e bactericidas e encontrados muito frequentemente em cosméticos). Nem queria acreditar que 3/4 dos produtos que tinha, tive de deitar no lixo, incluindo a solução oral para a febre da minha filha e as ampolas de ferro que tomei durante a gravidez. A partir daí nunca mais parei! E a lista de tóxicos não pára de crescer… Não adianta ficar indignado com as entidades reguladoras destes produtos porque nós, consumidores, é que temos o poder da mudança e de reverter esta situação ao não adquirir estes produtos. Não tenha receio de questionar os produtores dos alimentos que compra acerca da sua produção, opte por alimentos o mais isentos de químicos possível e verifique sempre a lista de ingredientes dos produtos que compra. Pela sua saúde e das gerações seguintes seja exigente nas suas escolhas! Por Catarina Dias Especialista em Medicina Interna Artigo publicado no Jornal da Madeira em 02.02.2015
1 Comentário
Catarina Dias
28/10/2015 00:28:42
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AutorA OrganicA surge da vontade de partilhar a nossa experiência enquanto consumidores comuns: as preocupações que sentimos, as coisas que aprendemos, as descobertas que fazemos e as atitudes que tomamos em prol de uma alimentação mais saudável e de um mundo mais sustentável. Archives
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