Esta é talvez, uma das questões mais repetidas, sobretudo por pessoas que consideram que a proteção do ambiente não é compatível com produtividade e que a agricultura biológica é um movimento de hippies ou fundamentalistas que vivem à margem das necessidades reais de uma população em crescimento.
Embora a fome seja um problema complexo e que pouco tem a ver com as quantidades produzidas, a verdade é que esta é uma questão que afecta os países mais pobres, mas também, as pessoas dos países desenvolvidos, sem oportunidades e sem recursos. A crescente preocupação global sobre o problema da fome e da falta de recursos tem mobilizado o mundo inteiro para o debate em torno da capacidade de produção dos vários sistema s agrícolas. Olivier De Schutter, relator especial das Nações Unidas para o direito à alimentação, lembra que a aposta na produtividade agrícola não resolveu o problema da fome e considera necessário “mudar de rumo”. Neste momento, o mundo produz mais 25% do alimento que seria necessário para alimentar a população mundial e, mesmo assim, cerca de 1 bilião de pessoas passam fome diariamente. Porque é que isto acontece? É necessário reflectir sobre um sistema agrícola e alimentar que está a esgotar os recursos e atira para o lixo 30 a 40% daquilo que produz: A agricultura intensiva, copiada em todas as latitudes, tem contribuído para a composição de dietas cada vez mais pobres e monótonas, com graves implicações na saúde pública devido ao uso de pesticidas, antibióticos e nitratos. Em 2009, o Relatório da Agricultura mundial, elaborado por 400 cientistas, para as Nações Unidas e para o Banco Mundial, procurou responder à questão de como alimentar de maneira sustentável, saudável e justa, a crescente população mundial, até ao ano 2050. A conclusão foi de que, no longo prazo, só será possível alimentar adequada e saudavelmente a população do planeta se se parar a sobre-exploração dos solos e a destruição das florestas e de outros ecossistemas para a produção alimentar. Em alternativa, deve existir uma maior aposta na intensificação da agricultura biológica, que respeita e trabalha com a Natureza. Após 30 anos de estudos comparativos, o Rodale Institut publicou um relatório que garante que a agricultura biológica está melhor preparada para alimentar a população agora e num futuro em constante mudança. A Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura sobre Agricultura Biológica e segurança alimentar, realizada em Roma em 2007, concluiu, com base num estudo científico realizado a nível internacional, o seguinte: A agricultura biológica pode alimentar todo o planeta, sem impacto negativo no ambiente. OrganicA - Associação de Promoção de Agricultura Biológica da Madeira
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Junho 2017
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